terça-feira, 31 de agosto de 2010

Do Lado de Ca - Mano Brown fala sobre novo álbum do Racionais e mostra processo de produção

                                                               Por Tati Ivanovici








O DoLadoDeCá entrevistou o músico, poeta, produtor e compositor Mano Brown sobre o aguardado disco novo do Racionais MCs, o grupo está há oito anos sem lançar um álbum. O rapper fala sobre as influências musicais, produção e mostra o passo-a-passo de como produzir uma batida.

Esta é a primeira parte de uma série de matérias, fique ligado pois os episódios mostrarão o processo de produção de um dos maiores ícones da música negra contemporânea brasileira.

Parte 1


Se liga na segunda parte da matéria gravada com Mano Brown no estúdio do projeto Periferia Ativa, mantido pelo grupo de rap Negredo na comunidade da Godoy, Capão Redondo, zona sul de São Paulo.



Neste episódio, Mano Brown fala sobre o processo de criação das rimas, o "estilo de produção do Racionais MCs", além de mostrar como produz uma batida.
Parte 2






domingo, 29 de agosto de 2010

The prince" entrevista o Rapper Black Jayf Revelação do HIP-HOP !


                                                                       BLACK JAYF


The prince:
Como você começou no HIP-HOP ?



R: Black Jayf

Bom eu comecei compor minhas letras dez do ano de 2009!


Mais como telespectador do hip-hop dez de 2003


Comecei a gravar musicas no indício desse mesmo ano de 2010


Com a parceria do artista baby T.I.T.



The prince:
Quais são suas Influencias no HIP-HOP?



R: Black Jayf

Bom a influencia maior apesar de não cantar no estilo dele,


Eu o Rei do Hip-Hop vivo o jay-z sempre curti as musicas dele


E me espelhei no seu historico de vida que é parecido com o meu.




The prince:
O Que você acha dessa nova geração do Hip-Hop?



R: Black Jayf

Bom eu sou da new geração. Como e outras áreas musicais é muito importante o surgimento de novas caras novas talentos pra que esse estilo evolua por gerações e cresça cada vez mais.



The prince:
A Black Music Hoje no Brasil esta com o nível do Norte americano ou temos


Que continuar no progresso?



R: Black Jayf

Bom a Black music aqui no Brasil é muito vasto e complexo porque não estamos só falando de hip-hop falamos do pop em geral cada vez adquirir seu espaço aqui e fora mais não star do nível do norte A quem sabe um futuro bem próximo.



The prince:

A Mídia nacional não abre um espaço para o Hip-Hop,


Você acha que isso pode prejudicar o Hip-Hop?

R: Black Jayf



Bom hoje em dia nos vê a ascensão de grandes cantores no EUA Por que lá o hip-hop e tratado como uma musica popular de lá, ou seja, um selo popular Deles oriundo do seu pais. A mídia e um objeto muito importante na manipulação das massas aqui no Brasil são usados de forma errada. Se o hip-hop não Esta Cendo divulgado na mídia já é um retrocesso pra o tal. Isso pode mudar e a população brasileira comesse ar mais o hip-hop nacional vendo isso à mídia vai ver a necessidade de colocar no ar tudo que seja sobe o estilo


A população


Comesse a escultar e curtir mais.








The prince:

Os Racionas mc’s Tem uma História bem parecida com a do NWA,


Eles realmente são bons influencia o que você acha da Musica Mulher


Elétrica do novo cd deles o ta na Chuva?


Que é bem dançante trazendo o bom R&B ?



R: Black Jayf

Bom eu tou por fora desse ocorrido ate pq ando desligado pela correria do cotidiano aki!


Mais são boas influencias sim.



The prince:

ICE CUBE, KANYE WEST,DR.DRE e muitos outros estão produzindo, esse fato é também.


Bastante importante o que você acha de ter empresários no INTERTERIMENTO DO HIP-HOP?



R: Black Jayf

Bom isso é muito importante obviamente KANYE WEST é um grande produtor de fato.



The prince:

Rappers como Cabal, Diamante, Dima,D'max e muitos outros fazem uma pegada bem forte no #RAPBR A importância deles é muito grande,


A mídia vem dando espaço isso ajuda os novos artistas?



R: Black Jayf
Claro ajuda e muito como e já avia falado anteriormente o


Cabal em especial vem crescendo muito nesse gênero.



The prince:

Qual são seus novos projetos?e o que você precisa para realizá-los ?



R: Black Jayf

Qual são seus novos projetos?E o que você precisa para realizá-los?


Bom são muitos projetos cada dia aparece um e correria sempre


Mais citou investindo muito em eventos que divulgam o hip-hop


Apesar de star em um estado que a industria fonográfica não He muito pra esse gênero


2011 com o CD do meu grupo dia Três de janeiro será o lançamento em um programa local!



The prince:
Com a Internet hoje ficou mais fácil divulgar o trampo as musicas os roles?





R: Black Jayf
Sim claro muito bom


Também é um meio de comunicação muito eficaz.



The prince:
Qual sua relação com seu produtor o T.I.T.?



R: Black Jayf
Relação acima de tudo musical. Mais somo amigos sim estamos sempre trocando idéia


Sobre assuntos concernentes a nosso grupo De BOSS HIP-HOP



The prince:
O Grupo de vocês é uma equipe de interterimento tipo Young money ou não?



R: Black Jayf
Sim! Brevemente uma grife quem sabe.



The prince:
Você eo T.I.T. são conhecidos há quanto tempo?



R: Black Jayf
Cinco meses

Não minto


Há Um ano e meio
Mais a parceria foi há Cinco meses quase Seis.





The prince:
O Fato de passar a produzir é importante e vocês pretende revelar novos artistas do gênero R&B,RAP ou da Black Music?



R: Black Jayf
Sim

Estou em busca de novos
aqui no estado.



The prince:
O Norte e Nordeste do Brasil têm grandes Rappers, nesse caso é também importante para o Hip-Hop Nacional?



R: Black Jayf
A nova escola do rap não estar muito presente nos estados do nordeste infelizmente.





The prince:
O Rock na mídia atual tomou conta do gosto dos jovens do gueto isso deixa o hip-hop sem razão de um dia ter sido a paixão desses jovens?



R: Black Jayf

Bom o Rock que rola hoje na midea e o happi rok das new bandas he moda ditada pela midea não sei se vai durar muito tempo pode ser que dure ou não. Se os jovens do gueto são manipulados pela midea e pq a falta de intrusão ainda prevalece na tal tendo em vista que a intrusão e um fator crucial pra superação humana.



The prince:
Você parece ter um bom caminho a trilhar você pretende fazer musicas com artistas de outro gênero?



R: Black Jayf
Sim sem problemas eu amo a musica! Posso fz parceria com artistas de outro gênero sim mais com meu estilo de musica ao deles.



Confira as musicas do rapper no:

www.palcomp3.com/blackjayf/



MSN: blackjayf@hotmail.com



Contato para shows: tel (79) 99669435 – 32313307






  CONFIRA O VIDEO CLIPE DELE

Lil Eazy & seu produtor Biggy Vinny Video promocional !

MANO BROWN FALA SOBRE NOVO ÁLBUM DO RACIONAIS E MOSTRA PROCESSO DE PRODU...

Video #RapBR = FEX Badolero - Encontrei

sábado, 28 de agosto de 2010

#RapBR - @RACIONAISCN - Racionais Mcs Part. Lino Krizz - Gangsta Boogie





É Rapa estamos no Seculo 21,...Era digital,...Geraçao Coca cola...Etc. Graças a Internet...Algumas pessoas conseguem grava uma musica de uma radio com qualidade digital .... Recentemente no Programa de radio "BALANÇO RAP" de radio paulista 105 fm.o Ice Blue tocou a Musica "HOMEM INVISIVEL". e por estes dia ele tocou mais uma musica que estara no proximo album do grupo, a Musica GANGSTA BOOGIE que tambem conta com participaçao do otimo cantor LINO KRIZZ. Mas esta musica é bem diferente é bem mais dançante e vai bombar em todas as festas..seja na periferia quanto nas baladas chique da vila olimpia.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Revelados detalhes sobre 'Def Jam Rapstar'



O jogador poderá se aventurar em três modos: solo (um jogador), dueto (dois jogadores juntos) e batalha (dois jogadores, um contra o outro). A seleção de músicas do jogo foi escolhida a dedo, com um repertório pra ninguém botar defeito.






Entre as músicas confirmadas estão 2Pac (I Get Around), Notorious B.I.G. (Juicy), A Tribe Called Quest (Scenario), Big Pun (Still Not A Player), 50 Cent (I Get Money) e Lil Wayne (A Milli).



Outros artistas com músicas incluídas no game são Drake, Ludacris, Method Man (ft. Mary J. Blige), Dr. Dre e Snoop Dogg, Ice Cube, DJ Khaled, Diddy, Kanye West, Jay-Z, Nas, Nelly, Onyx, Outkast, Salt-N-Pepa, Public Enemy, Pete Rock e CL Smooth, Redman, Run D.M.C., Slick Rick, T.I. (ft. Rihanna), Wu Tang Clan, Young Jeezy (ft. Kanye West), Young Joc e LL Cool J.



Def Jam Rapstar sairá em 5 de outubro para Xbox 360, Playstation 3 e Wii.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Let Me Take You Out - Bryan J ft. Travis Porter

Negro Em Foco - Excelente Jornalista Joyce Ribeiro

Joyce Ribeiro (São Paulo, 1978) é uma jornalista brasileira.


Carreira

A jornalista começou sua carreira na televisão em 1998, na Rede Mundial, da LBV, onde atuou como produtora e repórter. Na RIT, teve sua primeira experiência como apresentadora de telejornal.





Em 2002 foi para a Rede Record, onde atuou como repórter e apresentadora no Fala Brasil. Posteriormente, apresentou também um telejornal diário na Record Internacional. Em 2005 foi para o SBT, onde de setembro de 2005 até março de 2006 apresentou a edição matutina do Jornal do SBT, passando a seguir a apresentar a previsão do tempo do extinto SBT São Paulo.

Em 2008, Joyce chegou a integrar a equipe do Aqui Agora.





Atualmente, ela apresenta a previsão do tempo no Jornal do SBT - Manhã e é uma das âncoras do jornalismo do SBT. Costuma substituir Cyntia Benini e Carlos Nascimento, no comando dos telejornais da casa.

A Otima Jornalista Joyce Ribeiro Tambem Ganhou o Trofeu Raça Negra de 2009.

A jornalista Joyce Ribeiro foi a grande vencedora do Troféu Raça Negra na categoria Jornalismo Televisivo, em cerimônia realizada neste domingo em São Paulo. A âncora do SBT/Alterosa concorreu com nomes de peso, como Abel Neto. Zileide Silva, Adriana Couto, Dulcinéia Novaes, Luciana Camargo e João Santos.






A votação para o Troféu Raça Negra foi aberta ao público e é uma das ações que buscam valorizar a luta do negro na sociedade brasileira. Do elenco do SBT, também foram indicados a prêmio o apresentador Netinho de Paula, do programa Show da Gente, Bukassa Kabengele e Janaína Lince, do elenco de Vende-se um Véu de Noiva.





No ano de 2010 recebeu o prêmio Camélia da Liberdade





Joyce Ribeiro, apresentadora do jornal Boletim de Ocorrências, do SBT, foi escolhida pela ONG Ceap (Centro Articulado de Populações Marginalizadas) para receber o Prêmio Camélia da Liberdade, na categoria Imprensa. De acordo com a ONG, Joyce foi a escolhida por ser a única negra à frente de um telejornal nacional e por valorizar, através de seu trabalho, a capacidade e competência da mulher. “Isso faz com que milhares de jovens e mulheres se vejam e se reconheçam capazes de ocupar cada vez mais espaços na mídia”, diz os responsáveis pela ONG.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Diamond - Lotta Money (Video)

Kanye West pode apresentar premiação com Taylor Swift


O incidente em que Kanye West interrompeu o discurso de Taylor Swift, grande vencedora da noite no VMA passado, pode virar piada, contando com a presença dos dois cantores no palco da premiação musical.




Se depender de Chelsea Handler, apresentador oficial deste ano do VMA, o encontro inusitado vai mesmo acontecer. Em entrevista para uma rádio norte-americana, Handler declarou: "Gostaria de vê-los juntos. Nunca vi nenhum dos dois na companhia do outro depois do que aconteceu no palco do VMA. Estamos pensando em algo bem engraçado para eles, e que tenha um contexto bacana. Ficaria ótimo".



Ano passado, Kanye se revoltou com a vitória de Taylor e subiu ao palco para dizer que Beyoncé merecia o prêmio. O rapper quebrou a cara momentos depois, quando Beyoncé venceu uma categoria e convidou Taylor para seu discurso.



A vergonha foi tanta que Kanye chegou a comunicar publicamente que estava arrependido. Resta saber se, para a premiação de 2010, Taylor aceitará dividir o palco com o rapper encrenqueiro.

Playaz Circle feat. Lil Wayne & Ludacris - Duffle Bag Boy

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

#RapBR - Seven Lox prepara lançamento de CD e fará shows em SP

O grupo originário da Guiné Bissau - mas residente em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul - Seven Lox prepara seu novo trabalho, intitulado Radio Atomic, com previsão de lançamento para o final do ano.




O quarteto, formado pelos guineenses Lenzo Rizzo e Riztocrat e pelos brasileiros DJ Deeley e Milkshake, já tem duas datas de apresentações agendadas para São Paulo: nos dias 27/8, no Image Hall, e 29/8, no Sambarylove. No repertório, o grupo promete mostrar, em primeira mão, alguns sons do novo CD.

Ice Cube confirma 'I Am The West' para setembro

O veterano da West Coast, Ice Cube, informou aos fãs que seu novo álbum solo, intitulado I Am The West, será lançado no mês que vem. Está completo! 'I Am The West' está completo! Vejo vocês em 28 de setembro, ele postou em seu blog.




No início do mês, Ice Cube revelou que seu ex-parceiro de N.W.A., Dr. Dre, não participará do projeto. Apesar disso, Cube confirmou presença no novo álbum de Dre, Detox.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Raekwon comenta sobre parceria com Kanye e Justin Bieber


O rapper do Wu-Tang Clan, Raekwon, confirmou as especulações de que ele, Kanye West e Justin Bieber irão gravar uma música juntos. De acordo com Rae, Kanye já o procurou por telefone para colocar o projeto em prática.




Isso definitivamente irá acontecer, disse Rae em uma entrevista. Quando você tem talentos assim se unindo para fazer algo excitante, eu acho que é algo que fará os fãs darem uma olhada.



Eu sou um grande fã desses dois caras, revelou. Acho que, no fim das contas, o pequeno (Bieber) é uma sensação. E o fato dele me conhecer faz com que eu fique satisfeito pela nova geração estar conferindo o meu trabalho dessa forma. E ao mesmo tempo, isso me dá condições de fazer o papel de um irmão mais velho no jogo. Ele quer a minha ajuda ou qualquer coisa que ele puder obter. Eu o respeito, gosto do estilo dele... O Yeezy (Kanye) me ligou e vamos fazer isso acontecer. Nós vamos fazer um hit. O Justin tem a base de fãs dele, enquanto eu e o Yeezy temos a nossa. Vamos fazer isso acontecer. Faremos uma bela música.

#RapBR - HHGlobalizado Entrevista o Rapper Rashid


Começa agora a entrevista com o Rapper Rashid exclusivo para o site HHGlobalizado e para o fórum centraldorap, e uma honra para mim, entrevista-lo, queria agradecer pela gentileza, obrigado doido precisando de alguma coisa e só falar, E Nóiz.












Anderson Banks: Rashid, Como foi o começo da sua carreira? Você pensou em desistir?

R: Foi bem natural irmão. Escutando Racionais, DJ Alpiste.. depois conhecendo novas coisas que se juntaram e me fizeram ter mais vontade de fazer parte disso de verdade, aí comecei a escrever. E pensar em desistir, acho que em algum momento, todos pensaram nisso, mais hoje eu vejo que foi bom eu não ter desisdito.



Anderson Banks: Rashid, De onde veio a ideia do nome “Rashid?R: Rashid é um nome árabe. Não tenho ascendência árabe, mais tenho negros, índios e brancos dentre meus ancestrais, e nessa mistura acabei ficando parecido com pessoas do oriente médio.. Traços de branco e de índio misturados, com a pele mais escura. Daí veio essa parada, meu nome verdadeiro é Michel, mais Rashid tem muito a ver comigo.. Significa 'justo', 'de fé verdadeira', 'verdadeiro'. Tem a ver com minha mensagem.



Anderson Banks: Rashid, Com quantos anos começou tudo, e como que rolou?R: Com 10 anos eu escutava Rep na casa dos meus primos, dos meus amigos mais velhos.. Sempre andei com um pessoal mais velho, justamente por causa dos meus primos que eram irmãos pra mim. Fui começando a me interessar de verdade e com 12 escrevi meu primeiro Rap. Daí a magia da parada começou a trabalhar em mim. Com 13 ou 14 comecei a me interessar e aprender a fazer freestyle, já desenhava e fazia uns BOMB's na cidade (Lavras) onde fui morar com 13 anos em minas. Meu sonho era subir no palco, nunca imaginei que fosse fazer isso de verdade, sonhava mais achava que era uma coisa distante.. tipo ser astronauta. Mais graças a Deus estamos aí.. um só caminho...



Anderson Banks: Rashid, Qual é a sua fonte de inspiração, pra compor as letras?R: Vida. 100 % vida.. O que eu vejo, ouço, falo, vivo, leio, sinto..



Anderson Banks: Rashid, Você curte outro tipo de Música a não ser Rap?R: Sim irmão, muito.. Samba, MPB, algumas coisas de Rock.. Ouço muito, principalmente samba e MPB, acho que são bem próximos do nosso Rep, em termos de sentimento e poesia. Chico Buarque, Cartola, Adoniram Barbosa, Morengueira, Seu Jorge.. Todos eles fazem um Rep pesadão! rs... É isso que eu sinto.



Anderson Banks: Rashid, No Momento o que você anda escutando do Rap Americano?R: Slaughterhouse (Royce da 5'9, Crooked I, Joe Budden e Joell Ortiz), J. Cole, Jay Electronica, Eminem, 50 cent, Drake, Rick Ross, Bun B.. Os gringos tem muita qualidade nas paradas, então escuto bastante pra estudar (mixagem, construção das batidas), além de gostar. Gosto de músca boa, não importa se é Little Brother ou 50 cent.



Anderson Banks: Rashid, numa musica chamada “Quando” que o Projota cita você numa parte “Rashid vinha de minas pra nós tocar", você mora em Minas? Você era de onde?R: Morei numa cidade chamada Lavras, que fica no sul de Minas, dos 13 aos 17 anos. E isso ajudou a lapidar minha postura e música.. Aprendi muito.



Anderson Banks: Rashid, Qual são seus rappers preferidos, nacionais e gringos ?R: Mano Brown, Kamau, Marechal, Rael da Rima, Projota.. Os gringos são os que citei acima, incluindo Ludacris, The Game, Sean Price, Lil Wayne...











Anderson Banks: Rashid, quais sao seus futuros projetos? Em Breve você lançará algum CD ou coisa do tipo?R: As camisas "Hora de Acordar" estão no forno, acredito que saiam em setembro. Estou trablhando num single novo paras os próximos meses que vai anteceder o próximo trabalho, e agora estamos conversando sobre um clipe, se tudo der certo, ainda esse ano teremos um clipe do Rashid.

















Anderson Banks: Rashid, Qual Foi Sua maior Inspiraçao E tambem Qual foi a maior dificuldade que voce ja teve em sua vida?R: Minha maior inspiração é minha família. As histórias, a luta.. um só caminho.. Total! E minha maior dificuldade foi sair da casa da minha mãe aos 17 pra tentar fazer Rep, e com 19 ir morar sozinho.. Foi o momento em que mais pensei em desistir. Mais tinha que acontecer, e de alguma forma estou aqui.

Rashid, foi uma honra fazer uma entrevista com você, desculpas mil por ter demorado para enviar as pergunras, quizer deixar seus contatos, tipo: Myspace, Twitter essa coisas desse tipo, fica a vontade, para o pessoal sempre que possivel esta conferindo coisas novas ao seu respeito, também manda-se se for possível, uma força pra a rapaziada que está começando agora, por isso e importante, ouvir palavras de Rapper mais respeitados no meio da Cultura.

R: Eu que agradeço o apoio e a foça irmão. Isso é combustível pra seguir... Muita luz pra quem está começando ou pensando em começar a fazer Rep, eu também estou começando, tenho muito a aprender e espero poder passar esses conhecimentos adiante algum dia.



Tamu junto!



um só caminho...



www.twitter.com/mcrashid



www.myspace.com/mcrashid



http://www.umsocaminho.com/



Valeu família!!!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

GOG lança livro em Brasília

No dia 25 de agosto acontecerá em Brasília o lançamento do livro A RIMA DENUNCIA, de um dos rappers mais importantes do Brasil, GOG. É uma oportunidade imperdível para quem estiver na capital do país.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Bow Wow quer Jadakiss em proximo album


Bow Wow anunciou planos para gravar seu oitavo álbum de estúdio.




O rapper de Ohio que se tornou ator, que veio sob a tutela de Jermaine Dupri, bateu o emcee Yonkers para atuar como "embaixador" de seu novo album, supostamente intitulado Who Is Shad Moss "Quem é Shad Moss.''



Bow Wow Diz: "Eu fiz isso porque, você sabe, eu só queria alguém que é bem respeitado no hip-hop me desafiar", disse ele a RealTalkNY. "Foi na Greenlight que eu fui sair com a resposta e eu fui ficando, sabe, eu só queria levá-lo a outro nível. Então pensei, qual é a melhor maneira de fazer isso, então pensei no Jadakiss. Ter um dos maiores de todos os tempos no meu proximo album, agora e isso é Kiss... Esse é o cara."



Who Is Shad Moss "Quem é Shad Moss'' será o primeiro lançamento do rapper desde sua saída da Sony Records no ano passado, e vai ser o seu primeiro album sob o selo Cash Money Records.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

#RapBR - Projota - Projeção Prod. Laudz


                O Rapper Projota Disponibilizou Seu novo Single...para download Ouça e baixe
                                                            Download
                        http://www.4shared.com/audio/fMaGCd_X/Projota_-_Projeo_Prod_Laudz.html

sábado, 14 de agosto de 2010

Afro-X e Ne-Yo hoje no Altas Horas


Hoje depois do Criança Esperança tem Neyo e Afro-X no Altas Horas, Afro-X participou do programa como entrevistador mas tambem cantou, ele cantou uma canção a nova dele, chamada Paixão de Brasileiro, já Neyo cantou varias canções entre elas, Beautiful Monster e Because of you e Mad.






No intervalo da gravação do programa, o rapper brasileiro aproveitou para presentear o norte-americano com seu novo disco Das Ruas Pro Mundo.





Neyo elogiou o Afro-X e o Rap Brasileiro, falando que nois temos condições de melhorar muito, e chegar facilmente no nivel do Rap Americano...





Aproveitando o espaço, vou postar as duas novas musicas do Afro-X para Download, pra quem nao ouviu ainda...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Black Eyed Peas fará nove shows no Brasil esse ano

Depois de alguns boatos, foi confirmado nos últimos dias que o Black Eyed Peas virá ao Brasil ainda esse ano. A banda fará nove shows por diversas cidades do páis, com a The E.N.D. World Tour 2010, divulgando seu último álbum.




O grupo vai se apresentar em Fortaleza (15/10, Ceara Music Festival – Marina Park), Recife (17/10, Jockey Club), Salvador (19/10, Parque de Exposições), Brasília (22/10, Estacionamento Mané Garrincha), Rio de Janeiro (24/10, Apoteose), Belo Horizonte (26/10, Mega Space) e Porto Alegre (29/10, Estacionamento Fiergs), Florianópolis (01/11, Arena Show) e finaliza a série de shows em São Paulo (4/11, Morumbi).



Canções de The End, como “Boom Boom Pow”, “Rock That Body”, “Meet Me Halfway” e a recordista de download, “I Gotta Feeling”, estarão presentes. Informações sobre ingressos e horários não foram divulgados.

Lloyd Banks fala sobre seu novo contrato

Membro da G-Unit Lloyd Banks tem um novo contrato. Depois de meses de especulações sobre onde o seu próximo LP, The Hunger For More 2, seria lançado, 50 Cent assinou um contrato de distribuição para a nova linha Punch King. Banks vai anunciar a sua nova casa na sexta-feira 13:00 ET em "RapFix Live".




Naturalmente, Banks ainda não foi assinada a G-Unit, mas desde o lançamento de seu LP 2006, Rotten Apple, cumprido as suas obrigações contratuais com a Interscope, a Southside, Queens, nativa vem operando como um artista independente.



Banks tem mantido o seu perfil e seus lançamentos musicais, soltando o TOS álbum G-Unit (Terminate On Sight), em 2008, e uma porrada de mixtapes, incluindo 2009's V.5. Banks tinham um som pra rádio e um pro clube de acerto com o Juelz Santana "Beamer, Benz ou Bentley" na Primavera deste ano e recentemente ele completou a produção de um novo single com o cantor Lloyd, intitulado "Any Girl". Enquanto isso, Banks tem vindo a trabalhar na sequela para o seu fã favorito multiplatinum 2004, The Hunger For More.



"É preciso trazer as pessoas de volta", disse ele sobre a extinção de LPs sequela. "Especialmente com o Twitter e coisas assim, você falar diretamente com seus fãs e eles vão te dizer o que eles querem ouvir. Querem aquela velha coisa novamente. Não tanto quanto a música, mas a Unit. Fãs querem vê-lo animado sobre hip-hop. "



Banks disse que durante uma conversa com 50 Cent, em geral da Unit, disse-lhe que HFM2 tem que ser um projecto intemporal.



"Ele disse, 'Você sabe que você tem que fazer. Você tem que fazer uma parte dois para o registro e fazer um outro clássico," Banks recordou.



O acordo da G-Unit nova distribuição vai ser apenas para os Banks e Tony Yayo. 50 ainda tem mais um cd que deve, nos termos do seu contrato Shady Aftermath / Interscope.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

50 Cent ataca Shyne durante conferência da Def Jam

O líder da G-Unit, 50 Cent, passou um trote para o rapper Shyne durante uma conferência ao vivo da Def Jam realizada ontem (11 de agosto). 50 se identificou como um executivo da indústria da música para falar com o rival.




Eu gostaria de falar com o Shyne, disse 50. Meu nome é Sean, liguei logo depois do Tim Westwood. Queria falar com o Shyne. Minha pergunta é: é o Shyne? Tranquilo, cara? Tranquilidade total.



Eu só estava me perguntando qual é o seu real problema com o 50... A parada do 50 com o Shyne, eu acho que essa mer** é um trote! Eu acho que essa é a forma que você encontrou para tentar ganhar atenção de alguma forma, já que o maluco não fecha contigo há quinze anos, adicionou. Você se foi há 10 anos, então não deveria mais ter problemas. Cala a boca, maluco! Cala a boca, maluco! Cala a boca, você está numa po*** de uma ilha! Você não pode ir pra guerra de uma po*** de uma ilha! Cala a po*** da boca! Cala a boca! Fo*&#* o Shyne! Fo*&#* a Def Jam! Fo*&#* todo mundo! Eu não me importo que você tenha ido pra cadeia! Espero que você tenha sido estuprado por um monte de negões!





Isso não é um problema, respondeu Shyne, que não sabia que estava falando com 50. Ele tinha o que dizer nas ruas enquanto eu estava na cadeia. Após a resposta de Shyne, a conexão de 50 foi temporariamente suspensa, e o rapper foi alertado de que poderia ser cortado durante a continuação da ligação.



No começo do ano, Shyne, que foi deportado para Belize, lançou algumas 'diss tracks' para 50 Cent, incluindo There Will Be Blood (Haverá Sangue).

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

6 razões para dizer que Rick Ross é o proximo B.I.G


Depois do Diddy dizer que em janeiro de 2010 que Rick Ross é o B.I.G de hoje. Então a revista/site Vibe resolveu fazer esta interessante matéria onde qualquer um pode deixa a sua opinião sobre essa comparação B.I.G x Rick Ross e o rapevolusom.com traduziu esta parada da Vibe, confira a matéria abaixo:




1- Razão: Sua capacidade de fazer canções Rap/R&B que não são canções completamente fracas



Um rapper, com qualquer nível de sucesso mainstream,precisa de um catálogo de canções que servem para as garotas. Big e Ross não são exceções nisso. Muitos artistas fazem isso em seus álbuns,mas B.I.G nunca foi apelativo nestas canções basta ouvir Sky’s The Limit, “Fuck U Tonight” e “One More Chance (Remix)”. Ross fez a mesma coisa com Here I am, Magnificent, e o seu recente single Super High. Está e a maior tentativa que colocar suas músicas nas rádios para obter mais sucesso em seus albuns.



2-Razão: Suas tentativas épicas na criação de music videos



Rick Ross sabe como fazer um videoclipe bastante cativante desde o brilho e o glamour de Speedin para opinião furtada de The Boss e o incrivel video dirigido por Gary Gray Super High que transforma seus videos em eventos. B.I.G fez a mesma coisa, muita festa no video One More Chance e Big Poppa como cenas de barco e perseguição no video Hipnotize. Suas visões grandiosas foram semelhantes.



3-Razão Suas escolhas de marca de roupas e acessórios



As pessoas sabem que o negocio do Ross é a barba óculos escuros da Louis Vutton e bonés. Enquando Big usava Coogi,Versace e Kangols na sua época. Alguns rappers tem um certo olhar sobre eles,mas eles se encaixam nessas paradas.



4-Razão Seus relacionamentos com cantoras de rap



Sob circunstâncias normais, nós não se importamos com quem Rick Ross namora ou deixou de namorar,mas todos sabem que Ross teve um caso com a rapper Foxy Brown e as más linguas dizem que Foxy ficou com Jay-Z e Nas mas isso são só rumores nada concreto. Agora Big , teve um relacionamento pessoal com a Lil Kim, mas se casou com a Faith Evans não durou muito e Big se envolveu com a Charli Baltimore. Kim e Faith nunca se deram bem, e me parece que elas se encontraram e uma festa neste ano e quase sairam no pau.



5-Razão : Suas associações com Diddy



Diga o que quiser sobre o Diddy mas ele fez de Biggie Smalls um ícone no rap mundial. Ele era o cabeça de tudo, ele levou Big ao sucesso nos anos 90 e vem mantende o seu legado ao longo destes anos. Não é a mesma coisa com o Rick pois Rick ja tinha sucesso antes do Diddy começar a gerenciar a sua carreira. Podemos ver que Ross irá mais longe do que imaginavamos.



6- Razão: Seus personagens mais importantes do que a vida



Essa parada de ser grande (gordo) funcionou foi benéfica para o Big e está sendo benéfica para o Rick Ross não sei se exatamente isso, mas quando você é um cara grande as pessoas tendem a lembrar de você. É uma qualidade que Big teve ao longo da sua carreira e é uma qualidade que Ross está usando no momento.



O que vocês acham ? Será Rick Ross o fantasma de Biggie Smalls? deixem suas opiniões sobre o que acharam da matéria que a Vibe fez e que o rapevolusom trouxe para vocês analisarem essa matéria.



Sem esquecer #RapBr na cabeça rapaziada!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Entrevista com Mv Bill

Entrevista com MV Bill


Você provavelmente o conheceu em 1999. Naquele ano, a classe média ficou escandalizada com as imagens de um cantor de rap se apresentando no Free Jazz Festival portando uma arma na cintura. Nas edições dos noticiários de TV e nas primeiras capas dos jornais do dia seguinte, a acusação: _ Apologia ao crime! O mundo dá voltas e, oito anos depois, MV Bill conquistou, com muito esforço, o respeito da elite intelectual e da mídia, a ponto da principal emissora do país veicular, durante quase uma hora, seu documentário, Falcão- Meninos do Tráfico, e no famigerado, porém bastante assistido, Fantástico. Alex Pereira Barbosa (nome verdadeiro de Bill) recebeu o Repórter Rodrigo Mathias e a fotógrafa Camila Rabelo, do ESPALHAFATO, na sede da CUFA (Central Única de Favelas), na Cidade de Deus, para um bate-papo descontraído e pautado por uma grande consciência política e social.



A fama e o respeito, conquistado com seu trabalho, mudaram sua relação com o público em geral?



Antes da fama eu carregava a áurea da incompreensão. Talvez eu também ainda não tivesse aprendido a me expressar de forma clara. Não sabia usar as palavras certas para externar a revolta que eu tinha dentro de mim. Todas as vezes que eu participava de debates nas universidades, eu era banido abaixo de gritos de racista, de preconceituoso, de radical... Quando na verdade, eu sempre preguei o que eu prego hoje, só que naquela época, eu confesso que era de uma forma mais agressiva.



O que mudou de lá pra cá?



Eu amadureci. E aconteceram outras coisas na minha vida que complementaram meu discurso, trazendo uma maior compreensão para aqueles que me ouvem. Talvez só com as palavras, eu não conseguisse atingir esse público. Depois que “Falcão” foi lançado, muito mais gente passou a prestar atenção no que eu falo. As imagens causam um espanto e permitem que as pessoas conheçam uma realidade que dificilmente conheceriam só com a minha fala. As imagens ainda causam surpresa.



Estar na mídia é uma vitória sua ou uma cooptação do sistema?



Toda vez que eu tive oportunidade de ir na TV, principalmente na Globo, eu nunca foquei no que poderia ser ganho em cima de mim, mas o que eu poderia ganhar com o espaço conquistado. E eu sempre vi a mídia, de um modo geral, como uma via de mão dupla. Eles se beneficiam, mas o meu discurso também se beneficia. Eu vejo todas essas inserções na mídia de forma positiva. De certa maneira, estamos ajudando a reescrever parte da história da TV brasileira. Não acho que aparecer em um lugar como a Globo seja um ponto negativo, muito pelo contrário, a gente ajudou a empretecer um pouco mais a TV.



Alguns artistas vëm de comunidades pobre e, depois da fama, esquecem de onde vëm e viram as costas para seus antigos fãs e mesmo amigos. O que você pensa disso?



Eu já fui muito mais radical sobre esse tema. Depois eu fui amadurecendo e vendo que o que a gente critica é aquilo que a gente é. Mas eu continuo criticando aquelas pessoas que sobem na vida e esquecem de onde vêm, do passado. Esquecem que precisam lutar também para melhorar a vida das pessoas que eles deixaram pra trás.



Qual o panorama que você faz sobre esses anos de CUFA?



Quando eu vejo o que a gente conquistou, eu fico impressionado. Quando começamos, eu não imaginava que conseguiríamos fazer isso tudo. Outro dia, na final da Libra (Liga Brasileira de Basquete de Rua), eu vi o tamanho daquilo tudo e fiquei boquiaberto. É uma coisa que me deixa muito feliz, mas que foi muito difícil para conseguir. Se hoje eu tivesse que começar tudo de novo talvez nem começasse, mas é um sacrifício que vale a pena. É uma pena muito dura, mas vale.



Qual sua visão do atual estágio do Movimento Negro?



Acho que o Movimento Negro é importante, mas quando eu participava dele vi que tinha muitas falhas. A meu ver, a principal delas é a distância que ele tem da população em geral. Nos encontros que eu ia, eu sempre via as mesmas pessoas. Eu ouvia aqueles discursos belíssimos, mas que só eram ouvidos por pouca gente. O que estava querendo se criar ali era apenas uma elite intelectual negra. Eu já acho que nós devemos mesmo é conversar com o povo em geral e não restringir a discussão a um grupo apenas.



Em abril, a UNE promoveu o primeiro Encontro de Estudantes Negros da UNE, o ENUNE. Você considera esse passo dado pelo Movimento Estudantil uma vitória, mesmo que pequena, para o combate ao racismo?



Acho muito bom que um grupo de pessoas se reúna para discutir esse assunto, que é um assunto muito pouco debatido. Mas eu acho que é preciso tomar cuidado para não ficar uma coisa estigmatizada, “estudantes negros”. Estudante negro é antes de tudo um estudante como qualquer outro. Não quero que a gente crie uma classe estigmatizada entre os estudantes.



Recentemente, um jornalista influente lançou um livro chamado “Não somos racistas”, que de uma certa forma resgata a idéia de democracia racial do Gilberto Freyre. O que você acha da insistência de uma parte da sociedade nessa teoria?



Cara, eu não tenho nem mais espanto quando vejo isso. É o reflexo de uma parte da sociedade. E como é uma parte dominante, continua a existir, de forma errônea, esse pensamento de que nós não somos uma nação racista e que o problema é um desnível social. Chame como quiser. Mas se você for até esses lugares onde a diferença econômica é pior, você vai identificar qual é a cor daquelas pessoas e isso não é uma coincidência. As pessoas tentam tirar a responsabilidade do racial e colocar no social, como se isso fosse amenizar o problema, mas ele continua grave da mesma forma. Não importa como chamem, olhem e vão identificar onde está esse problema, é só dar uma pesquisada na maioria da população de rua, na maioria da população carcerária, dos desempregados, das empregadas domésticas, dos subempregados, dos analfabetos, a maioria dos jovens que mais morrem com essa violência. Já existe uma desproporcionalidade na população negra masculina; morre-se mais do que se nasce. Se não vai chamar isso de racismo o que é então? Se não for racismo é genocídio.



Você é a favor das cotas?



Eu particularmente gostaria muito que as cotas não fossem necessárias, é o que eu queria. Mas a gente vive num país tão filha da puta... Eu ia nessas palestras em universidades e comecei a identificar algumas coisas. Depois que eu descobri que o ‘E’ de UERJ é estadual e o ‘F’ de UFRJ é federal, eu pensei: Pô, mas não são esses carros importados do ano que deveriam estar aqui nesse estacionamento. As pessoas da mesma cor que eu não poderiam estar só na cozinha, na limpeza ou na segurança. Ali está o erro. As universidades publicas são usadas de maneira errada. Claro que eu não acho que deva pegar qualquer muleque na rua e colocar lá. Tem que existir um pré-vestibular para preparar essas pessoas. Já existem estudos que demonstram que a maioria dos cotistas tem tirado notas melhores do que não-cotistas. Mas também acho que as cotas não devem ser uma coisa permanente. Por isso que eu brigo muito pelo ensino de base. Temos que fazer com que os pais consigam manter os filhos na escola, para que não sejam como os meus, que tiveram que me fazer optar por estudar ou trabalhar. Quando isso acontecer, aos poucos, as cotas podem ser abolidas. Eu vi uma campanha do governo federal que era pra pedir para as empresas terem diversidade racial no quadro de funcionários. Para eles começarem a contratar negros, nordestinos, índios, qualificados que não conseguem se inserir no mercado de trabalho. É uma propaganda que dá um pouco de vergonha lá no fundo, mas se o governo federal tá pedindo é porque tá precisando né.



Você já pensou em fundar um partido uma vez, o PPPomar. Por que você preferiu fundar um partido e não entrar em um?



Eu tenho muito problema com partidos, porque toda vez que eu ia procurar um, eles me indicavam para uma “ala” que cuida do Movimento Negro. Ora, eu não quero apenas uma ala de um partido, eu quero um partido inteiro. Então eu comecei a formular a idéia do PPPomar, que era para ser um partido destinado a colocar o problema racial em pauta. O problema é que existia uma burocracia muito grande para criar o partido e nós acabamos deixando ele meio de lado e se concentrando na CUFA.



O que você acha de iniciativas como o CUCA (Centro Universitário de Cultura e Arte da UNE) ?



Acho que essa é uma ótima forma de tentar colocar as discussões políticas em pauta. É um bom modo de chegar nas pessoas, que geralmente não se interessam por política. Eu acho um jeito interessante de se iniciar um tipo de movimento, mas é claro que não podemos ficar restritos à isso. Temos que pensar também em outros temas importantes da sociedade.



Qualquer pessoa que escuta Rap percebe a diferença entre o estilo estadunidense, mais focado na diversão, e o brasileiro, mais politizado. Por que existe essa diferença?



O rap americano começou igual ao daqui. Mas, eles começaram a falar para um público maior e a mídia começou a prestar atenção neles. O problema é que a mídia não quer saber de música que fala da realidade dura, de problemas como racismo e pobreza. Eles querem só a parte da diversão, e por isso que virou isso ai que está hoje. Eu fiquei muito decepcionado quando estive naquele festival “Hip Hop Manifesto”, com o Já Rule e o Snoop Dog. Os caras vêm fazer um evento patrocinado por uma cerveja e mais um monte de outras empresas com gente de fora e chamaram de o maior evento de hip hop do Brasil! Isso me deixou puto porque a gente faz o Hutuz, que é o maior festival de hip hop da América Latina e ninguém fala nada. É revoltante.



A UNE fez a Bienal de Arte e Cultura, em janeiro, com o apoio da Rede Globo e recebeu muitas críticas de setores do Movimento Estudantil. A CUFA também contou com a cobertura da Globo na final da Liga Brasileira de Basquete de Rua. Você recebeu críticas por aceitar essa parceria?



Sim. Foram críticas vindas de pseudo-revolucionários do hip-hop e alguns débeis mentais de faculdade, que se acham revoltados e consideram que uma emissora é culpada por tudo o que acontece no país. Eu, pelo contrário, não acho que nenhuma delas é melhor ou pior que outra. Todas elas tem uma forma linear de nos tratar. Isso vai desde a emissora mais popular a mais musical. Todas elas tem o mesmo padrão de beleza, a mesma forma de se dirigir as pessoas de forma desrespeitosa. Não dão os espaços necessários para os afrodescendentes e periféricos. Então eu acho uma incoerência ser contra apenas uma. É como no hip hop. O cara fala que não vai na TV, mas faz vídeo clipe. E vídeo clipe não é para passar no telefone ou no rádio. Muitos dizem que não vão à TV, mas na verdade nunca foram convidados. Portanto recusam um convite que na verdade nunca foi feito. Eu procurei achar espaços nos lugares que eu não precisava me moldar. Não precisava mudar meu discurso, não precisava mudar minha pessoa para poder me encaixar dentro dos padrões. E todas as pessoas que me fizeram críticas por eu ter ido à Globo assistiram os programas que eu fiz na TV. Quer dizer, a Globo é tem um poder tão grande, que até os pseudo revolucionários param para assistir. Através dessa inserção na TV, de forma sincera e sem banalizar as coisas que eu faço, eu consegui ampliar meu raio de trabalho. Antigamente eu falava só pros “calça larga” que nem eu, o pessoal do hip hop. Hoje eu falo pra você, falo pra minha mãe, falo pros filhos dos meus amigos. Aí o pessoal fala que o Bill mudou, que ele era mais pesado. Claro que era! Eu falava pra mim mesmo. Então eu podia falar qualquer coisa. Hoje eu falo para um pai de família. Então meu discurso não precisa ser modificado, ele tem que ser amadurecido.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Game em entrevista para a Complex Magazine

Ninguem disse que é fácil ser um gangster. É só perguntar para Jayceon “Game” Taylor. Desde que ele estreou, parece que o rapper da Califórnia esta constantemente envolvido em algum tipo de treta, controvérsia, ou uma merda geral. Não mais que tarde, tem sido o contrário. Game jura que não vai fazer diss pra ninguém no seu próximo, e mais que atrasado R.E.D. Album. Ele está de volta com sua antiga gravadora, Aftermath, junto com seu antigo mentor, Dr Dre. Ele até fez novos amigos, introduzindo uma nova parceria com Pharrell. Mas mesmo com ele tropeçando em algumas situações (como, quando alguém, recentemente, jogou cerfveja nele e nos filhos) ele esta maduro o suficiente para permanecer calmo. O novo e melhorado Game pode ser mais velho, mais sábio e mais maduro... mas há um problema. A música não está mais conectando. Uma grande quantidade do novo material tem sido lançado ou vazado esse ano, mas mesmo com Justin Timberlake em Ain’t No Doubt About It ou a colaboração de Robin Thicke em Pushin’ It, nenhuma delas pretendeu ir para os charts. Com sua nova mixtape Brake Lights, atualmente iluminando a internet e R.E.D. Album sem uma data concreta para lançar, nós apertamos a buzina com Game, para conversar com ele sobre quando o álbum dele realmente irá sair, o que ele vai precisar pra te matar e por que ele ainda está distante de um hit.






Complex: Brake Lights lançou nessa semana. Todas as músicas foram produzidas por Cool & Dre. Como você conseguiu que eles te dessem essa quantidade grande de beats de graça?

Game: Basicamente Cool & Dre, eles são tipo, meus irmãos. A gente ta junto desde o The Documentary. Por uma razão, eles sempre vieram com umas paradas boas, que botaram meu álbum onde é pra ta, no final, tipo My Life, Hate It Or Love It e Big Dreams. Então, quando se trata da mixtape, a gente tava trabalhando em um som pro meu álbum, que eu fiz com o Drake. E daí, eles tavam tipo ”Você deveria fazer uma mixtape e deixar a gente fazer todas as beats”. Era mais ou menos “A gente vai fornecer o maximo que a gente puder. A gente vai fazer ela s todas loucas e dar pra vocês. Você vai destruir com elas e deixar o Skee como o host dela”. E eu pensei que isso aconteceria, ta ligado? Eu nunca tinha lançado uma mixtape com todas as beats originais.



Complex; Você tem muitas participações na mixtape com vários artistas grandes; Akon, Nas e Rick Ross estão nela. Como você obteve tantas participações loucas numa mixtape?

Game: Eu apena selecionei alguns e perguntei por alguns versos e refrões pra mixtape e as pessoas me responderam muito rápido. Eu não sou um cara novo, então você sabe que eu sou muito bem respeitado. E eu sou muito camarada desses artistas, pelo menos, um monte dos fodões e alguns dos novos. É tipo quando eu solicitei a One Blood Remix, você sabe que todo mundo estava me respondendo.



Complex: E enquanto essas musicas, há musicas que você gravou para o R.E.D. Album e daí decidiu “Oh, eu vou botar isso na mixtape”?

Game: Nah, todos os sons são novos. Tudo que você me ouviu dizendo é novinho. Eu não peguei nada antingo, ou algo que era pra outro projeto e pus na mixtape. Eu fui direto, por uma semana inteira e gravei uma porrada de parada nova. Pode haver dois sons que eu tinha, que eu nunca tinha lançado. Eu acho que eu fui fundo e terminem elas e de um jeito, botei elas como bônus da mixtape...

Complex; Então, no assunto R.E.D. Álbum, você teve muitos atrasos. A data de 24 de Agosto realmente será a definitiva?


Game: Eu acho que eu deveria parar de dizer quando será lançado e dizer “quando lançar, é só pegar” cara. Eu eu acho que não importa o quanto as pessoas vão esperar, nós não vamos entar em um situação tipo Detox e esperar 10 anos por isso. Quando meu álbum lançar, as pessoas vão aprecia-lo, sendo atrasado, o tanto que ele foi atrasado. Interscope tem varias agendas diferentes e eles querem que você faça a merda direito. E eu penso que as pessoas só precisam entender que não é o artista, mas sim, tem muito da frota, empacotamento e deixar os artista com a melhor apresentação que ele pode ter.



24 de Agosto era bem real pra mim até eu começar meu tour. Antes de eu estar bem centrado nele, quando eu chegava em casa na 8ª cara, você sabe, poderia ser ainda 24ª, as vezes eu falava com o Jimmy Iovine. Ele viaja pelo mundo. Quando ele voltar, eu vou voltar [do tour], então eu vou ser com ele e ter um encontro. A gente vai tocar tudo que eu tenho. Eu acho que eu to sentindo falta do meu grande single, tipo ”My Life”, ”Hate It Or Love It“ ou ”One Blood”. E eu acho que eu realmente preciso achar ele [o single].





Eu juro pelas minhas crianças que esse é o album maus louco que eu já fiz na minha vida. Cara, se eu estiver mentindo, Deus pode tira-las de mim e deixar que eu nunca mais veja elas. Você sabe que eu tenho tudo do Dr Dre nesse álbum. Não só as beats – ele esta no álbum na parte vocal. E, como o novo Hip-Hop está preocupado, eu tenho o mais garoto do hip-hop nesse álbum, que é o Drale, numa beat louca feita por Cool & Dre. Eu tenho Just Blaze, Swiiz Beatz, Kanye, todos esses produtores loucos nesse álbum, esse álbum é tão clássico, que eu não quero joga-lo fora.

Meu ultimo álbum fez 270k na primeira semana e eu realmente não ouvi nenhum barulho e não foi atrasado e a gente jogou fora. E My Life foi o que levou para platina. Eu nãoi quero que isso aconteça com esse álbum. Eu acho que, se eu lançar meu álbum amanha, eu tenho 300 mil fás que irão comprar meu álbum na primeira semana. E isso não é ruim durante esses dias e essa idade. Mas eu realmente quero atrasar até conseguir ouro ou tentar mais que os números do The Documentary.



Mas eu acho que eu não posso fazer isso sem um grande som pra rádio. E eu não quero que seja tão radio que não seja pras ruas. Eu to procurando algo entre One Blood e Hate It Or Love It. E eu acho que não teria tanto sucesso ou seria certo pra mim se eu liberasse o álbum antes disso. Eu estaria traindo a mim e meus fãs. Então, quando eu voltar, eu me encontrarei com a gravadora e vamos ver o que eles dirão. Eu tive um encontro com Steve Berman, o cara abaixo do Jimmy Iovine, antes de eu sair, em um restaurante em Beverly Hills. Ele garantiu que a gravadora não iria pisar na bola com esse álbum. Eles só querem uma música que seja hit. Não dizendo que eu não tenha uma, mas eu quero me encontrar e deixar tudo que eu tenho gravado. Porque se eu conseguir uma grande música eu vou foder tudo e chegar no Lil’ Wayne na primeira semana.





Complex: Enquanto as outras musicas. Você tinha muitos singles. Tinha Krazy, Shake e It Must Be Me. Você não estava satisfeito… Game: Não, não. Era ideia do Pharrell apenas lancer uns sons. Ta ligado, tipo, a gente lançou um monte de merda só pra você saber com o que esta lidando. É isso cara.



Complex: Então, essas musicas ainda fazem parte do album?

Game: Não.



Complex: Entaõ eles foram cortadas do album?

Game: Não, Krazy, e eu acho que outra, foi para o iTunes. Insterscope faz umas paradas onde você dá sons para o iTunes só para deixar os fãs com elas antes e você cobra deles $.49, e era isso que elas serviram. A gente não liberou nenhum som real ainda. A unica parade que estava no album e vazou foi a gravação do Justin Timberlake, mas isso não era suposto pra ser o primeiro single ou nada. Isso serviria pra ser um bom, ultimo, terceiro ou quarto singel, mas vazou. A gravadora gostou, a radio gostou, então começaram a tocar. Daí, outra parada minha vazou, minha colaboração com Robin Thicke e T.I.. Quando essas colaborações vazaram, cara, você só pode deixa-las fazer o que elas tem que fazer. Falar sobre elas, empurra-las o maximo que você puder, porque elas podem estourar – e se elas não estourarem, então é só uma parada que vazou. Mas todas vez que um som vaza eu tenho que voltar e realmente dar tudo que eu tenho. Eu realmente não queria que a música com o T.I. e o Robin Thicke não tivesse vazado, porque essa era uma das minhas prediletas no álbum.



Complex: A gente viu algumas fotos da gravação de Ain’t No Doubt About It faz um tempo. O vídeo vai lançar logo?

Game: Cara, eu não sei. Eu gravei o vídeo, pode ser lançado tanto quanto pode não ser lançado. E se for lançado, será lançado depois do primeiro ou segundo single, independente do que for. Apenas para ser uma parada online.

Complex: Qual a colaboração do Pharrell no album agora? Ele ainda é o produtor executivo? Game: Sim, Pharrell é o produtor executive – provavelmente para todos os álbuns, pelo resto da minha vida. A gente criou um tipo de vinculo e amizade, cara, a gente fico no estudio por muito tempo. Agora, a gente chama um ao outro todo dia. E é mais ou menos assim com o Busta Rhymes e Cool & Dre, outros caras que eu tenho conversado todo dia cara, apenas sobre a vida.

Complex: É por isso que você fez a tatuagem da Star Trak?

Game: Eu fiz a tatuagem da Stat Trak porque o Pharrell me ajudou muito com esse álbum, eu senti uma parceria e lealdade – mais, eu não ligo pro que eu escrevo em mim. E tenho uma estrela e mais umas merdas na minha cara, tatuagens em todo meu pescoço. Não faz sentido, cara, mas eu sou de Compton, quem liga?



Complex: Mas você teve má sorte com as tatuagens no passado. Você tinha a tatuagem da G-Unit, daí você fez a tatuagem da G-Unot. Você não está preocupado se, por exemplo, vocês não permanecerem amigos, ou ele decidir se aposentar, ou qualquer outra coisa aconteça?

Game: Quero dizer, se o Pharrell decider se aposentar, qual relação isso tem com uma pequena tatuagem no meu braço? Não é como se eu estivesse andando pelas ruas todo dia com um oculos de aumento e ele estivesse ligado no YouTube todo dia, para alguem estar preocupado com meu braço cara. Se você esta prestando atenção nas minhas tatuagens todos os dias da sua vida, então você esta fazendo algo de errado.

Complex: Nós, recentemente, ouvimos uma versão do seu album e nós fizemos uma resenha dele. Essa é a mesma versão do album ou você vai começar a re-organizar as musicas?


Game: Se você ouviu alguma versão do meu album, então não pode ser, nem de longe, a mesma tracklist, ou até mesmo as musicas, porque continua mudando. Quanto mais tempo eles me dão pra graver, mais louco eu vou fazer e quanto melhor as musicas, elas vão combiner com as outras. Sim cara, não é do jeito que você ouviu. Se você não ouviu ontem, então não é.



Fonte - http://www.complex.com/blogs/2010/08/05/interview-game-talks-r-e-d-album-delays-fake-gangsters-butthurt-fans/

Game critica falsos 'gangstas'

O rapper da West Coast, Game, criticou os auto-proclamados 'Gangstas' do rap, apontando a falta de credibilidade nas ruas entre eles. De acordo com Game, a grande maioria dos artistas apenas interpreta a imagem de um gangsta.




Todo esse pessoal acha que é gangsta, disse Game em uma entrevista. E depois da música do Rick Ross, (B.M.F.), geral está achando que é o Big Meech, o Larry Hoover.



Ninguém realmente quer ser isso, ou mesmo ambicionar ser isso, porque você vai terminar em um caixão, adicionou. Acredite, cara, a maioria desses rappers, tirando eu, 50 e talvez o Waka Flocka e alguns filhos da mãe, nunca levaram uma bala. Nunca tiveram perto de quase perder a vida. Muitos desses rappers estão brincando, cara. Essa não é mais a mensagem que estou tentando propagar.

domingo, 8 de agosto de 2010

Fat Joe quer resolver treta com 50 Cent com briga no banheiro


Desde que 50 Cent atacou Fat Joe em 2005 na música "Piggy Bank" por ele ter participado da música "New York" de Ja Rule, ambos rappers andam se agredindo verbalmente. Fat Joe, que disse recentemente em seu novo álbum que fará uma festa quando 50 morrer, agora acredita ter um jeito para resolver a treta. "No dia que o 50 Cent quiser se trancar comigo no banheiro e fazer isso como homem, nós poderemos cair pra dentro e seguir em frente no dia seguinte", Joe disse à MTV News. Joey Crack explicou que a jogada de 50 foi simplesmente atacar muitos dos grandes rappers de Nova York. "O último que ele está atacando: Puff Daddy.





Ele teve treta com o Jadakiss, teve treta com o Cam'ron. Qualquer um que consideramos foda em Nova York, ele já atacou. Não tem um que ele não tenha atacado", disse Joe. "Fat Joe não está aqui tentando batalhar com todo mundo no rap. Esse não sou eu. Eu sou um homem, e quando você desrespeita a minha família você me desrespeita, tem de haver respostas para as perguntas."

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Foxy Brown se envolve em nova confusão

Foxy Brown está de volta aos noticiários. Apenas uma semana após a rapper ter sido acusada de brigar com uma vizinha, o site de fofocas de celebridades TMZ noticiou que foxy se envolveu em uma briga generalizada ocorrida no lobby de um edifício em Nova York.




De acordo com testemunhas, a artista estava em um luxuoso prédio localizado em Manhattan nesta quinta (29), quando uma confusão envolvendo algumas pessoas teve início.



Foxy teria fugido após o incidente. Ela pode pegar sete anos de prisão pelo caso envolvendo a vizinha.

Alicia Keys ja estar gravida de 6 meses, veja a foto;

Hip-Hop nos EUA: Reação do Gueto

“Say it loud: I’m black and proud!”

(Diga alto: Sou Negro e tenho orgulho disso!)

Steve Biko / James Brown

Periferia é periferia



Gente pobre, com empregos mal remunerados, baixa escolaridade, pele escura. Jovens pelas ruas, desocupados, abandonaram a escola por não verem o porquê de aprender sobre democracia e liberdade se vivem apanhando da polícia e sendo discriminados no mercado de trabalho.



Ruas sujas e abandonadas, poucos espaços para o lazer. Alguns, revoltados ou acovardados, partem para a violência, o crime, o álcool, as drogas; muitos buscam na religião a esperança para suportar o dia-a-dia; outros ouvem música, dançam, desenham nas paredes..



Por incrível que pareça, não é o Brasil. Falamos dos guetos negros de Nova York nos anos 70, tempo e lugar onde nasceu o mais importante movimento negro e jovem da atualidade, o Hip-Hop.



As semelhanças não são coincidência: tanto os Estados Unidos como o Brasil foram construídos com o trabalho escravo de negros seqüestrados de suas terras na África. Aqui e lá, a abolição da escravatura foi conseguida com luta e revolta, batalhas incontáveis, meras notas de rodapé nos livros de História, cheios de seus heróis brancos tão generosos, que estenderam a mão para tirar índios e negros de sua ignorância, seus costumes bárbaros, suas religiões pagãs.



Como no Brasil há tantos nordestinos na periferia., nos guetos americanos juntaram-se aos negros outros marginalizados. Em Nova York, completaram o caldeirão humano do gueto os imigrantes latinos, de países como México e Porto Rico, também considerados ralé pelos americanos brancos, por sua pele morena e olhos indígenas, herdados de seus ancestrais igualmente escravizados.



Mas, se periferia é periferia em qualquer lugar, o que levou ao nascimento do Hip-Hop logo ali? Para entender como o movimento surgiu, temos de voltar alguns anos na História.



Anos rebeldes (com causa)



Nossa geração reconhece o apartheid no sistema político da África do Sul, com suas leis segregacionistas que, ainda há poucos anos, garantiam naquele país o poder político e econômico a uma minoria branca. Pois muitos estados americanos, sobretudo os do Sul, onde a escravidão foi mais difundida, tinham, até a década de 60, leis semelhantes às do apartheid. Nos ônibus, havia bancos separados para negros e brancos, em muitos lugares os negros nem podiam entrar. Até 1954, as escolas públicas eram ou para brancos, ou para “pessoas de cor”. Tudo isso na mesma época em que os americanos travavam a Guerra Fria com a União Soviética.



Você deve lembrar que a principal crítica dos capitalistas dos EUA era à falta de liberdade individual nos países comunistas, veja só que hipocrisia…



Para eliminar a segregação, muitos grupos de negros se organizavam nos EUA. Cada organização defendia uma estratégia. Malcolm X e Martin Luther King foram os líderes que mais se destacaram e durante um certo tempo representaram as duas alternativas opostas para os negros americanos na luta por seus direitos.



Malcolm era filho de um pastor protestante assassinado pela Ku Klux Klan (organização racista norte-americana), por defender as idéias do também pastor Marcus Garvey, que, nos anos 20, defendia que a saída para a questão da discriminação era a volta dos negros dos EUA para sua verdadeira terra, a África.



Órfão, Malcolm enveredou pelo caminho do crime e acabou condenado à prisão, onde se converteu ao islamismo. Seu sobrenome de batismo, Little, foi trocado pela incógnita “X”, para ao mesmo tempo negar a herança escrava, a nomeação dada pelo senhor, e denunciar o vazio que deveria ser ocupado pela tradição africana, o verdadeiro nome que ele nunca pôde conhecer.



Passou a integrar a “Nação do Islã”, seita que pregava, literalmente, que “o homem branco é o demônio” - como a espécie humana surgiu na África, eles diziam que a pele clara dos europeus era uma espécie de degeneração (como as baratas brancas de poço).



Só que o pensamento de Malcolm passou por uma transformação radical em 1964, quando ele viajou para a cidade de Meca, na Arábia Saudita - um dever que todos os muçulmanos têm que cumprir pelo menos uma vez na vida, pois lá estão os principais santuários dessa religião. Foi ali, em pleno Oriente Médio, que o líder americano percebeu que as diferentes raças poderiam conviver em paz. Poucos lembram disso, mas a partir dessa época ele passou a acreditar que os brancos poderiam ajudar os negros a conseguir seus direitos.



Infelizmente o radicalismo nos EUA tinha atingido tal ponto que em fevereiro de 1965 X acabou sendo assassinado pelos próprios membros da Nação do Islã, grupo que ele abandonara para fundar a Organização da União Afro-Americana, logo que voltara de Meca.



Já Martin Luther King Jr., pastor batista, também filho de pastor, defendeu desde o começo de sua militância a alternativa do diálogo e pregava o amor e a não-violência desde os anos 50. Envolveu-se com o Movimento pelos Direitos Civis e buscava a solução para os problemas da população negra dentro das normas da democracia americana.



Enquanto X falava em “auto-defesa”, King, inspirado pelas idéias do líder indiano Mahatma Gandhi, preferia a “resistência pacífica”. Em 1964, ganhou o prêmio Nobel da Paz. Apesar das idéias tão diferentes das de Malcolm, seu destino foi semelhante ao dele: King foi assassinado em 1968. Logo após sua morte, que marcou o fim de um ciclo na luta do povo negro americano, houve conflitos inter-raciais em 130 cidades do país.



Durante muitos anos King e X tiveram idéias muito diferentes, mas perto da morte deste (depois de ele ter ido a Meca) eles passaram a concordar em alguns pontos. O principal era que antes de qualquer concessão branca, para chegar a uma convivência pacífica, era necessária uma separação, a fim de que os negros estabelecessem sua auto-estima, a capacidade de organização comunitária e a solidariedade.



Os anos 60 para os negros nos EUA foram um tempo de batalhas, saques, confrontos com a polícia, incêndios, tudo como se viu em Los Angeles em 92. Os brancos apavoravam-se, já que centenas de anos de dominação estavam ameaçados. O governo federal determinava leis, mas não podia impedir que a população continuasse a discriminar os negros. Demorou tempo até que a ordem retornasse.



Temos de lembrar também que os anos 60 foram um tempo de agitações políticas nos EUA como um todo. Por dez anos, entre 65 e 75, os EUA fizeram guerra ao Vietnã, pequeno país na Ásia. Era a época da Guerra Fria, os americanos temiam que o comunismo dominasse o mundo. Por isso, o governo queria derrotar o exército comunista do Vietnã do Norte e manter o capitalismo no Vietnã do Sul. Não apenas não conseguiu, como enviou para a morte dezenas de milhares de jovens americanos, produziu outros tantos mutilados e traumatizados pela violência que haviam presenciado (muitos voltaram viciados em drogas, principalmente heroína) e causou fortes reações internas em seu país.



Protestos contra a guerra pipocavam por todo o país. O boxeador negro Mohammed Ali foi um dos milhares de jovens presos por se recusar a ir lutar no Vietnã.



Entre os soldados que voltavam da guerra havia muitos negros e latinos - como em qualquer guerra, os pobres viravam “bucha de canhão”. Além dos mutilados, vários viciados: nessa época, o consumo de drogas nos guetos como Bronx e Harlem aumentou bastante. Esses ex-

combatentes também eram discriminados porque a população tinha visto pela TV que o exército fizera barbaridades no Vietnã. Eles tinham dificuldade para se reintegrar à sociedade, conseguir trabalho e acabavam na marginalidade. O assunto pode parecer distante, mas tudo isso tem muito a ver com o Hip-Hop. Veja só o que diz sobre os primeiros b.boys a tese de Elaine Andrade, , pedagoga da USP que estudou em sua tese de mestrado a ação da Posse Haussa, em São Bernardo do Campo: “Eles protestavam contra a Guerra do Vietnã e lamentavam a situação dos jovens adultos que retornavam da guerra debilitados. Cada movimento do break possui como base o reflexo do corpo debilitado dos soldados norte-americanos, ou então a lembrança de um objeto utilizado no confronto com os vietnamitas. Por exemplo, alguns movimentos do break são chamados de giro de cabeça, rabo de saia, saltos mortais etc. O giro de cabeça, em que o indivíduo fica com a cabeça no chão e, com os pés para cima, procura circular todo o corpo, simboliza os helicópteros agindo durante a guerra.”



O Rei está morto



Depois da morte de Martin Luther King, em 68, a solução pacífica para os problemas dos negros parecia cada vez mais distante. É nessa época que surgem propostas mais violentas e agressivas, como o Partido dos Panteras Negras (do qual a mãe do rapper 2Pac participou). Eles começaram em Oakland, perto de San Francisco, na Califórnia (costa oeste dos EUA), depois fundaram escritórios em todos os estados americanos. Realizavam atividades comunitárias, tinham uma revista que chegou a vender 150 mil cópias por semana. Seu programa político era revolucionário e adotava até mesmo algumas idéias do líder comunista guerrilheiro chinês Mao Tsé-tung.



A proposta que ganhava força entre o povo preto foi chamada de Black Power (Poder Negro). A intenção não era desafiar o governo, como pode parecer. Os negros apenas exigiam poder para decidir os rumos de sua própria comunidade, sem influência branca (uma idéia bem parecida com o que Malcolm X defendia). A mídia, porém, acabou associando o Black Power aos conflitos armados que aconteciam nas metrópoles americanas.



No caso dos Black Panthers, eles utilizavam uma brecha na lei americana para intimidar os policiais brancos. Quando viam algum negro sendo espancado, aproximavam-se armados com revólveres e espingardas da cena. Como tinham o direito a portar armas, nada podiam ser feito contra eles. Se tentassem alguma violência, os Panteras podiam alegar “legítima defesa” (você vê claramente como era essa ação no filme Black Panthers, de Mario Van Peebles, que pode ser encontrado nas locadoras de vídeo).



Tamanha agressividade não podia deixar de chamar a atenção. Antes do início da década de 70 a polícia americana já tinha fechado quase todos os escritórios dos Black Panthers à bala. Muitos militantes foram assassinados ou aprisionados. Milhares de jovens protestaram pela libertação de Huey Newton, um dos líderes-fundadores dos Black Panthers, preso pelo FBI. Veja o que diz, sobre as relações entre o partido e o Hip-Hop, a tese de Elaine Andrade: “A Organização Black Panthers exercia forte influência entre os jovens negros, indicando-lhes a necessidade da organização grupal, da dedicação aos estudos e do conhecimento das leis jurídicas. Boa parte destes valores foram resgatados pelos membros do Hip-Hop, principalmente no Brasil, para combater os abusos de poder exercido pela instituição policial contra os negros.”



Os Black Panthers, com toda a repressão, logo enfraqueceram-se, mas plantaram sua semente no Hip-Hop, como vimos. Recentemente, em maio de 99, o breaker Crazy Legs, um dos fundadores da Rock Steady Crew, gangue de break pioneira, visitou São Paulo e, rememorando os primórdios do Hip Hop em Nova York, revelou que muitos dos primeiros b.boys, rappers e grafiteiros eram os irmãos mais novos dos Black Panthers.



Ao longo dos anos, a situação dos negros americanos de certa forma melhorou, a violência dos protestos diminuiu. Mas a vida nos guetos continua problemática até hoje, como pudemos ver quando explodiu a revolta em Los Angeles em 92, depois que as imagens de um cinegrafista amador mostraram o motorista negro Rodney King sendo brutalmente espancado por policiais brancos que, julgados por um júri branco, foram absolvidos (um caso semelhante aconteceu alguns meses atrás, este ano mesmo, só que ainda não teve tanta repercussão).



Raízes do ritmo



Acompanhando toda essa agitação política, ocorriam inovações culturais. Para os negros dos EUA, os anos 60 não eram de rock´n´roll: nos guetos, o que se ouvia era o soul, naquele tempo importantíssimo para a consciência do povo preto. James Brown cantava “Say it loud: Im black and proud!” (Diga alto: sou negro e orgulhoso!), frase de Steve Biko, líder sul-africano. Mas logo essa expressão musical caiu na mão do sistema, virou fórmula comercial,

perdeu seu potencial de protesto.



Contra-atacando surgia o funk, radicalizando novamente, para surpreender os brancos. A agressividade desse estilo não pede explicação. Basta ouvir as poderosas pancadas do ritmo e os gritos escandalosos do mestre James Brown para perceber que aquilo era um choque para os brancos. A essa altura, o Black Power já influenciava o Brasil nos bailes black no Rio e em São Paulo.



Jorge Ben, em 71, gravou “Negro é Lindo”, tradução do lema “Black is beautiful”, assim como Wilson Simonal alguns anos antes já havia feito o seu “Tributo a Martin Luther King”. Os fundadores do bloco Ilê Ayê, de Salvador, fundado entre 75 e 76, inicialmente queriam que

ele se chamasse “Poder Negro”. A polícia política da ditadura militar foi quem os “aconselhou” a procurar outro nome. Naturalmente, tudo que os negros passavam era expresso em suas canções. E como o povo preto dos EUA estava cada vez mais consciente

socialmente, devido a toda a luta política, cada vez mais cantava idéias de mudança de atitude, valorização da cultura negra, revolta contra os opressores.



Porém, novamente o sistema tentava diluir os ataques feitos a ele. Contratos milionários eram oferecidos para os artistas do funk. Artistas alienados eram levados para as grandes gravadoras, enquanto brancos, mais uma vez, passavam a imitar as inovações da música

negra - como acontecera com o rock, cujo rei, Elvis Presley, conseguiu tanta fama justamente por ser um branco com uma voz bem parecida com a dos negros que cantavam blues e R&B. O marco dessa transformação foi o lançamento, em 75, do LP “Thats the way of the world”, do Earth, Wind and Fire. O disco chegou ao primeiro lugar da parada americana, consolidando um funk extremamente comercial.



Raízes da poesia



O solo musical de onde iria brotar o hip hop estava armado com o soul e o funk. Mas o rap, além de ritmo, é poesia. Sobre este elemento, é preciso lembrar alguns dados pouco conhecidos, porque a grande árvore da cultura negra tem realmente muitos galhos…



As tradições orais africanas, que no Brasil ao longo da história se diluíram na miscigenação (sendo hoje muitas vezes denominadas pela região onde aparecem, como Bahia, Pernambuco ou Rio de Janeiro), na segregação americana permaneceram nesses 500 anos para desembocar no rap.



Os griots, contadores de história que carregavam na memória toda a tradição das tribos africanas, preservaram suas técnicas em versos passados de pai para filho (como os romances medievais conhecidos ainda hoje no Nordeste, ou os repentistas, emboladores, cantadores e todas as outras categorias de poetas populares no Brasil).



Nos guetos americanos, essas tradições se expressam no preaching, no toasting, no boasting, no signifying ou nas dozens (espécie de “desafio” em rima). São versos conhecidos até hoje, que usam a gíria dos bairros negros e impossibilitam a compreensão dos brancos.

Contam histórias de prostitutas, cafetões, brigas, tiroteios e tudo o que envolve a marginalidade (qualquer semelhança com o gangsta rap não é mera coincidência).



No início da década de 70, artistas como os Watts Prophets, de Los Angeles, ou os Last Poets e Gil Scott-Heron (criador do famoso verso “A revolução não será televisionada”), de Nova York, recuperaram essa tradição poética e puseram-na a serviço de toda a luta política que estava acontecendo. Recitando poemas sobre bases percussivas com influências do jazz, esses artistas foram os precursores dos MCs que, poucos anos depois, iriam criar o rap.



Essa base cultural local, que envolvia muitas técnicas de memorização e improviso, foi cultivada no chamado freestyle - rap improvisado. Recentemente, a formação da Academia Brasileira de Rimas, um grupo de MCs que inclui Thaíde e membros de grupos como conseqüência, Camorra e SP Funk, tem reintroduzido esse estilo no Brasil. Como fenômeno cultural, trata-se de algo muito curioso. Já tive a oportunidade de conversar com alguns desses MCs, e mesmo os mais habilidosos dizem nunca ter tido contato com a tradição

brasileira de verso improvisado. Apesar disso, quando estão em pleno desafio, eles recorrem a vários recursos muito parecidos com os que os emboladores nordestinos costumam utilizar em suas apresentações. É como se a poesia tivesse dado uma volta ao mundo para recuperar uma tradição que havia se perdido nessa geração. Vale a pena conferir o que essa iniciativa ainda vai gerar.



Novo contra-ataque



Mas, voltando à vaca fria, apesar do novo ataque do sistema, desbancando os Black Panthers e contaminando o soul e o funk, em meados da década de 70 ocorre mais uma revolução musical nos guetos americanos. O antropólogo Hermano Vianna, em seu livro “O Mundo Funk Carioca”, conta a história assim: “Enquanto acontecia a febre nas pistas das discotecas, nas ruas do Bronx, o gueto negro e caribenho localizado na região norte da cidade de Nova York, já estava sendo arquitetada a próxima reação da autenticidade black. No final dos anos 60, o DJ Kool Herc trouxe da Jamaica para o Bronx a técnica dos famosos sound systems de Kingston.”



Na Jamaica de Kool Herc, os DJs costumavam recitar versos improvisados sobre versões dub (espécie de remixagem artesanal) de seus reggaes prediletos. Revivendo os griots africanos, os DJs jamaicanos mandavam mensagens políticas e espirituais enquanto tocavam as músicas prediletas do seu público. Só que em Nova York,

naquele tempo, o que fazia sucesso eram o funk, o soul e outros ritmos afro-americanos. Assim, Kool Herc teve de adaptar seu estilo: nas festas de rua que promovia com o equipamento jamaicano, passou a cantar seus versos sobre partes instrumentais das músicas mais populares no Bronx - de modo semelhante ao dos Watts Prophets, Gill Scott Heron e os próprios jamaicanos. Como os trechos usados como base (em inglês chamados de breaks, daí o nome) com a batida apropriada eram curtos, ele teve a brilhante idéia de usar um mixer e dois discos idênticos para repetir indefinidamente um mesmo pedaço de música.



Se Kool Herc criou o conceito de break beat, um outro DJ do Bronx, Grandmaster Flash, que alguns consideram seu discípulo, desenvolveu o scatch (o qual, segundo o livro português “Ritmo e Poesia Os Caminhos do Rap”, de António Concorda Contador e Emanuel Lemos Ferreira, foi, na verdade, criado por um garoto de 13 anos, Grand

Wizard Theodor). Ele também teria criado o backspin, que antecipou artesanalmente o que, alguns anos depois, os samplers seriam capazes

de fazer.



O site da Internet www.daveyd.com tem um texto interessante, escrito por DaveDavey DCook em 1985. Lá ele fala um pouco sobre esses

primórdios do Hip Hop. No começo, os versos improvisados eram bem simples. Kool Herc apenas falava algumas gírias e ditados populares.

Além disso, era fácil para ele mandar recados e fazer brincadeiras com as pessoas da platéia, porque quase todos se conheciam, eram

gente do próprio bairro. Com o sucesso das festas, os improvisos (o famoso freestyle) foram ficando mais elaborados, envolvendo versos

populares tradicionais. Nessa época, o rap ainda era chamado de “MCing” (ato relativo ao MC ou mestre de cerimônias).



Kool Herc, com o tempo, passou a se dedicar mais a suas invenções de DJ e convidou dois amigos, Coke La Rock e Clark Kent para os microfones. Juntos eles se apresentavam como Kool Herc and

the Herculoids. Segundo DaveDavey DCook, esse foi o primeiro grupo de MCs da história. Grandmaster Flash, por sua vez, chamou os camaradas Cowboy e Melle Mel para se apresentar como MCs em suas festas. Alguns anos depois, os três, mais Kid Creole, formariam os Furious Five. Assim dá para entender por que se costuma dizer que o Hip Hop se assenta sobre quatro bases, não sobre três. A arte do DJ e a do MC

surgiram como dois elementos separados, que se complementam. Sua evolução aconteceu simultaneamente, mas em paralelo, cada um

desenvolvendo seus próprios recursos.



O livro “Ritmo e Poesia” dá mais alguns dados sobre a época, explicando a divisão territorial entre os DJs, que promoviam as festas de rua nos guetos de Nova York: “(…) Emergem quatro nomes fundamentais na base de uma linhagem de

distintos selectors, todos residentes no Bronx: DJ Kool Herc, cujo domínio se instalava na parte oeste, enquanto Africa Bambaataa reinava na Bronx River East, DJ Breakout instalado ao norte e Grandmaster Flash ao sul, incluindo as zonas centrais.”



DaveDavey DCook explica o sucesso do novo estilo: “O rap pegou porque oferecia aos jovens de Nova York a chance de se expressarem livremente (…), era uma forma de arte acessível a qualquer um. Você não precisa de um monte de dinheiro ou de equipamentos sofisticados para rimar. Nem precisa fazer um curso. (…) O rap também se tornou popular porque oferecia desafios ilimitados. Não havia regras, exceto ser original e rimar na batida

da música. Tudo era possível. Fazer um rap sobre o homem na lua ou sobre quão bom um DJ é.”



Além disso, as festas de rua eram praticamente a única alternativa para o lazer dos jovens dos guetos. Claro que, se todos tivessem dinheiro para pagar o cachê de um grupo musical, o equipamento para amplificar bateria, guitarras, baixo, talvez não optassem por simplesmente ouvir discos. O rap surgia num meio de pobreza, mas de gente criativa que inventava mais uma vez a alternativa para continuar a ter momentos de alegria, diversão e arte. “Falar é barato”, já diziam os Steatsonics.



Como define Joana Mazzuchelli, produtora do programa Yo! MTV Raps, “o rap é a música de quem não tem nada, falando pra gente que precisa de

muita força para viver…”. Assim aparece o estilo que é a essência da música, o ritmo, junto à essência da alma, a poesia. Rhythm and

Poetry é o rap.



Além da rima



Na mesma época, além do rap, outras manifestações artísticas se desenvolviam nos guetos americanos, seguindo caminhos paralelos, mas bem próximos. Segundo Fábio Macari, em texto para a revista DJ Sound: “Pelo menos desde 1967 existem as gangues de break, que, em suas

batalhas para definir quem poderia dançar melhor, foram automaticamente tirando das ruas inúmeros jovens que poderiam se tornar marginais em potencial”.



O artigo “Hip-Hop Break”, na revista Agito Geral, n. 2, esclarece um pouco mais sobre as origens da dança: “Nova York, ou Califórnia? Há muitas especulações para se saber de onde vieram os primeiros b.boys abreviatura de break boy ( garoto que dança no break da música). (…) Os primeiros indícios de um boogie boy, futuro b. boy, apareceram num show de James Brown, em

1969. A explosão do break dance aconteceu realmente na década de 70, com a apresentação do grupo LA Lakers na abertura do maior programa

de premiação da música negra americana, o Soul Train. A transmissão via TV transformou o break em sensação das ruas e festas de Los Angeles. (…) Kool Herk em suas festas levava mais uma curiosidade: dois dançarinos conhecidos como The Nigga Twins. A dupla misturava o street dance com outros estilos acompanhando os breaks da música e criando o que conhecemos e dançamos hoje.”



O que era aquela nova dança tão estranha que surgia? Segundo o livro “Ritmo e Poesia”:

“O breakdance vai desenvolver-se ao sabor da contorção dos breaks entre e dentro das músicas, formando um novo corpo rítmico no interior das mesmas e conduzindo o DJ e seu público a uma nova forma de abordagem do tema reconstruído e reinterpretável através da dança das quebras rítmicas. Dançar o break consiste literalmente na execução de passos que procuram imitar essa ruptura e essa forma sincopada de reconstruir o próprio ritmo.”



O site da Internet www.msu.edu/user/okumurak também traz algumas informações interessantes sobre a história do break e de outras

formas de dança relacionadas à cultura Hip Hop (fala inclusive da capoeira). Como pioneiros na criação do eletric boogie (que conhecemos como bugaloo), ele lembra o grupo de dançarinos de Los Angeles Don Campbell and the Lockers, que despontou no início da década de 70 com aqueles movimentos robóticos inspirados no seriado

de TV “Perdidos no Espaço”.



Já no Bronx, na época do DJ Kool Herc, o site destaca, além dos Nigga Twins, os Zulu Kings e Clark Kent. E conta como, por volta de 1977, o estilo foi renovado por b.boys de origem porto-riquenha (como o já citado Crazy Legs), com a invenção de novos passos, inspirados na ginástica e nos filmes de Bruce Lee, muito populares na época.



Mais tarde, na década de 80, o filme “Flashdance”, os passos de Michael Jackson e outros produtos da grande mídia tornariam o

break popular em todo o mundo.



De qualquer modo, aquela dança de rua tornou-se algo além de simples arte, passando a ter um significado social: ela ajudava a manter os jovens longe da marginalidade, evitando mortes! Os sociólogos que analisaram o movimento concordam: quando os jovens do Hip-Hop se reúnem para ver quem dança, desenha, compõe, canta melhor, ou é o DJ mais habilidoso, vemos o coração do movimento, pois essa competição é algo positivo ao incentivar uma atitude constante de criação e de invenção a partir de recursos bastante limitados.



No paredão



Além da música e da dança, havia também a arte de desenhar e escrever em muros, paredes e qualquer espaço vazio da cidade. O grafite surgiu inicialmente como tag (assinatura). Em meados da década de 60, os jovens dos guetos, também de Nova York, começaram a “pichar” as

paredes com seus nomes. De acordo com um depoimento dos grafiteiros Os Gêmeos, citado na tese de Elaine Andrade, “eles pichavam como

forma de retratar a realidade, como forma de participação e de resistência”.



Segundo o livro português “Ritmo e Poesia”, o “pichador” (em inglês eles dizem “writer”, mas não vejo por que não traduzir o termo) “Taki

183″ (Taki como pseudônimo de Demetrius e 183 por causa do número da casa dele) foi o precursor do grafite. No início da década de 70, ele passou a espalhar sua marca por toda a cidade de Nova York e iniciou uma verdadeira guerra com outros “pichadores” para ver quem assinava o maior número de paredes possível, nos lugares mais difíceis.



O tag, então, passou a ser usado pelas gangues de jovens, como código para demarcação de território dentro do gueto. Foi um jovem

grafiteiro, o DJ Kid, que introduziu o desenho ao TAG. Ele percebeu que, para a continuação daquele estilo de arte, seria necessário

incluir o desenho à simples pichação. Além disso, o estilo do grafite delineou-se com letras quebradas e garrafais para chamar a atenção e dificultar o entendimento dos que são “de fora”. No início dos anos 70, surgiu o grafiteiro Phase 2, que criou painéis coloridos para transmitir mensagens positivas. Por isso ele é considerado o inventor do grafite propriamente dito.



O objetivo dos grafiteiros ampliou-se com a invenção dos painéis coloridos, que lhes davam a oportunidade de emitir mensagens. Desta

forma, ocorreu um aperfeiçoamento artístico desses jovens pobres, que a partir da simplicidade do TAG desenvolveram um estilo mais tarde absorvido pelas galerias do mundo todo. Até no Museu de Arte Contemporânea da USP há obras influenciadas pelo grafite. Um filme

inspirado na vida de um desses artistas que presenciaram a passagem de seus trabalhos da ilegalidade da rua para as milionárias

exposições é “Basquiat - Traços de Uma Vida” (Play Arte, 1996).



Veja o que diz o pesquisador David Toop, citado no trabalho da professora Marília Sposito, da Faculdade de Educação da USP, outra estudiosa do Hip-Hop: “Nos EUA, o grafite como movimento significou a invasão das áreas nobres das grandes cidades por aqueles que viviam segregados nos guetos e subúrbios pobres, que deixaram os sinais visíveis de sua presença através dos muros e paredes pintadas; se os brancos de Nova York nunca visitavam as partes negras ou hispânicas da cidade, o grafite foi uma espécie de visitação, de invasão simbólica do centro da cidade, encontrada pelos jovens negros e porto-riquenhos .”



Cultura de rua



Tudo isso acontecia ali nas ruas dos guetos nova-iorquinos na década de 70. Época tumultuada, mas muito estimulante para a criatividade. Grafiteiros, breakers e rappers não tardaram a realizar as primeiras atividades conjuntas, afinal era nada menos que o natural, eles

conviviam no mesmo espaço, eram todos jovens, marginalizados, pobres, tinham os mesmos problemas, desejos e gostos.



Hermano Vianna conta: “As festas em praça pública ou em edifícios abandonados reuniam em torno de 500 pessoas. Em setembro de 76, num local chamado The Audubon, Grandmaster Flash organizou um baile para 3 mil pessoas. Essa foi a festa que reuniu o maior número de dançarinos antes que o Hip-Hop se tornasse conhecido fora de Nova York.”



Logo, os jovens ligados ao Hip-Hop iniciaram a organização das nações, associações surgidas da necessidade de estruturar o movimento e divulgar os valores do Hip-Hop entre os outros jovens. As

nações são gangues reunidas em torno de diferentes correntes do rap.



Em Nova York está a maior organização de Hip-Hop do mundo, que existe desde os anos 70, a Zulu Nation. Sobre a denominação Hip-Hop, Fábio Macari escreveu na DJ Sound de julho de 94: “O termo foi estabelecido por Afrika Bambaataa, em 1978, inspirado em duas motivações distintas. A primeira delas estava na forma cíclica pela qual se transmitia a cultura do gueto. A segunda

estava justamente na forma de dança mais popular na época, ou seja, saltar (hip), movimentando os quadris (hop).”



Ainda segundo a tese de Elaine Andrade: “A expressão Hip-Hop Cultura de rua surgiu gravada pela primeira vez em 1979 na música Rappers Delight, do grupo de rap Sugarhill Gangs.”

Rapper´s Delight é considerado o primeiro rap gravado. Apesar de ter sido a música que lançou o hip hop para o mundo, ela envolve polêmicas. Segundo a pesquisadora norte-americana Tricia Rose, nenhum dos membros da Sugarhill Gangs participava das crews no Bronx, e testemunhas dizem que os versos do rap eram plágio de rimas originais de Grandmaster Caz. Não é de espantar. O primeiro samba gravado no Brasil, “Pelo Telefone”, de Donga, também envolveu polêmicas

semelhantes. “Samba é que nem passarinho: é de quem pegar primeiro”, diziam na época. Hermano Vianna continua: “Rapper´s Delight foi um enorme sucesso de vendagem, o que possibilitou a contratação, por vários selos de discos independentes, de Grandmaster Flash e Afrika Bambaataa, entre outros. Este último, em 82, com o auxílio do produtor (branco) Arthur Baker, desenvolveu um estilo de gravar Hip-Hop que abusa dos instrumentos eletrônicos, principalmente as drum machines.(…) Nesse momento o Hip-Hop se torna visível nas ruas elegantes de Nova York. Quase todas as

esquinas do Greenwich Village eram palco para as acrobacias de vários grupos de break que dançavam ao som de rádios enormes, os ghetto

blasters (dinamitadores do gueto). Os breakers logo foram chamados para se apresentar nos clubes mais famosos da cidade. Nessa época

também surge o Roxy, um clube com capacidade para 4 mil pessoas (…) onde se apresentavam os melhores Djs, rappers, grafiteiros e breakers.”

Logo vem o estouro comercial definitivo do rap, como prossegue Vianna: “Em março de 83, a dupla de rappers Run-DMC lança a música Suckers MCs(…). O rap voltava aos seus primeiros tempos, usando apenas o imprescindível das inovações tecnológicas: vocal, scratch e bateria eletrônica, cada vez mais violenta. As letras voltam a falar do cotidiano de um b.boy comum (…). Com essa mesma estratégia musical e incorporando alguns elementos da estética heavy-metal, como os solos estridentes de guitarra, o grupo conseguiu, em 86, com o lançamento de seu LP Raising Hell(…)vender mais de 2 milhões de

discos.” Depois de se tornar fenômeno comercial, o rap se firmou como a face mais visível do movimento Hip-Hop. As transformações dos temas das letras, dos estilos, decorrentes até mesmo da origem dos rappers, fizeram as vendagens aumentar assustadoramente, sobretudo as do

gangsta rap. A costa oeste (Los Angeles, San Francisco), acabou assumindo uma verdadeira batalha com a costa leste (Nova York,

Washington), chegando ao absurdo de haver vários assassinatos entre os artistas.



Entretanto, para o Hip-Hop, como movimento social, o principal marco foi o surgimento dos grupos NWA (Niggers with Attitude) e Public

Enemy, no fim da década de 80. Com eles, o rap se firmou como meio de levar informação à periferia, indo contra o sistema. Em 1990, o

Public Enemy declara: “Somos a CNN negra”. No mesmo ano, o grupo é investigado pelo FBI (a polícia federal americana) e citado num

relatório apresentado ao Congresso americano, “A Música Rap e os Seus Efeitos na Segurança Nacional”.



Hoje, apesar de terem menos destaque, break e grafite sobrevivem, enquanto o rap tornou-se a música popular norte-americana de maior destaque comercial. A consagração de “The Miseducation of Lauryn Hill”, disco-solo da rapper do grupo Fuggees, com dez indicações e cinco prêmios Grammy (troféu que está para a música americana como o Oscar para o cinema) de 1999 mereceu capa da revista Time, com uma reportagem intitulada “The Hip Hop Nation”, relatando toda a história do movimento nos EUA e celebrando seus 20 anos (contados a partir da gravação de Rapper´s Delight). Foi a primeira vez que um artista vindo do Hip Hop conquistou tanto espaço na mídia “oficial”, onde antes brilhavam cantoras como Whitney Houston.



LF, do grupo paulista DMN, resolve bem a questão: “O rap hoje é a MPM, música popular mundial.” Segundo a reportagem da Time, ele tem

razão. Em 1998, o rap vendeu mais que qualquer outro estilo nos EUA, superando até a música country: foram 81 milhões de cópias. O Brasil

aguarda a conseqüência desse estouro para os próximos anos.



Estilismos



Nesse intervalo entre o surgimento do rap no gueto e sua consagração nas paradas de sucesso dos EUA, existem duas décadas de evolução e

uma pluralidade que criou nomes tão diversos como 2Live Crew e Public Enemy, Onyx e Arrested Development, De La Soul e Wu-Tang Clan. Uma

trajetória que vale a pena destrinchar. Entre 1979 e 1982, ainda buscando um caminho, o rap se equilibrava entre artistas como a Sugarhill Gang, grupo montado sob encomenda por uma gravadora, e outros MCs vindos realmente dos bairros negros de Nova York, como Kurtis Blow. A virada definitiva do gênero na direção do protesto social veio com “The Message”, de Grandmaster Flash and the Furious Five, de 1982. Como aconteceria no Brasil (veja capítulo

2), os versos engajados iam aos poucos superando as letras que simplesmente contavam vantagem e “estorinhas” do dia-a-dia.



Essa primeira fase, chamada de “old school”, ou velha escola, se completa com o “eletro-rap”, resultado das inovações eletrônicas que Afrika Bambaataa introduziria no rap a partir também de 82, inspirado em trabalhos como o do grupo alemão Kraftwerk.



A “new school”, nova escola, tem seu início com “The Message”, para alguns, ou com o Public Enemy, para outros. De qualquer modo, o grupo

de Chuck-D e Flavor Flav inaugura uma fase em que a tecnologia digital possibilita uma complexidade sonora inédita, enquanto a

mensagem de protesto se torna cada vez mais séria, profetizando os conflitos de Los Angeles em 1992. Esse salto de qualidade tem seus ecos no Brasil, onde o surgimento do PE também marca a passagem entre “escolas”, por isso acreditamos que tal fato é realmente o mais indicado para servir como marco histórico. Seguindo a linha combativa do PE, surgem o NWA, de Los Angeles (em 1987), o primeiro álbum-solo de Ice Cube (ex-MC do NWA), em 1990, e a Boogie Down Productions, de onde sairia KRS-One após o assassinato do parceiro Scott La Rock, em 1987.



A essa fase de virulência e ira, segue-se o surgimento de uma linhagem mais amena do rap americano na chamada “daisy age”. A Tribe Called Quest, Queen Latiffah, Jungle Brothers e De La Soul, todos de Nova York, são alguns dos representantes desse estilo, que prezava a ironia e o humor, valorizando as raízes africanas e combatendo a apologia da violência e do machismo que o gangsta traria.



Com o sucesso do rap, o hip hop se espalha por todos os EUA, e as diferenças regionais começam a gerar estilos cada vez mais distintos. Ao mesmo tempo que em Nova York surge o PE, em Los Angeles o NWA, de Miami emerge uma face bem menos gloriosa do movimento, o “rap pornô”, lançado pelo 2 Live Crew. O grupo enfrentou problemas com a censura, teve discos proibidos, raps impedidos de tocar nas rádios e com isso ganhou notoriedade. Só para se ter uma base, seu primeiro LP, de 1986, chamava-se “We Want Some Pussy” - literalmente, “Queremos Buceta”.



Mas os maiores ataques conservadores contra o rap ainda estavam por vir. Dos guetos superpopulosos da California, onde convivem negros e chicanos às voltas com a facilidade de obter drogas que a proximidade da fronteira com o México possibilita e uma forte onda de desemprego, vêm o “gangsta rap” e o “brown rap” ou “rap chicano”. O rap chicano origina-se nas comunidades de imigrantes hispânicos e se pauta pela afirmação da identidade latina, com seu estilo “pachuco”, suas técnicas de lowriding (arte de transformar carros, adaptando uma suspensão que os faz pular, como se estivessem dançando rap) e o seu spanglish (mistura de espanhol e inglês). Kid Frost, Mellow Man Ace e Delinqüent Habits são alguns dos representantes mais fortes do estilo.



Já o gangsta propriamente dito é um caso delicado. Muitas vezes a mídia já tentou enquadrar alguns grupos de rap brasileiro nesse estilo: de Racionais MCs a Pavilhão 9. Mas sejamos a tradução (eu só alterei os versos para rimar) de um trecho de Gangsta Gangsta, do NWA: “Mandar um ou dois pro céu, é a porra que eu faço Tu não curte o meu estilo? Então se foda, palhaço Isso aqui é uma gangue, e eu tô dentro Por acaso eu tenho cara de exemplo? Pra um garoto lá do gueto A vida é só puta e dinheiro”



Por aí já se percebe a irrealidade de qualquer comparação. Nem mesmo os grupos de Brasília como Álibi ou Cirurgia Moral - que tentam imitar propositadamente certos elementos gangsta - conseguem chegar perto da total falta de fé que impera entre esses rappers americanos.



Para entender os padrões que o rap brasileiro tem criado é preciso observar que somos um país predominantemente católico, ao contrário dos EUA, de maioria protestante (mesmo que hoje a realidade tenha se alterado, historicamente essas religiões influenciaram a cultura dos países, cada uma conforme sua própria ética), e lembrar, por exemplo,que o papel da mulher em nossa sociedade é bem diferente do que ocorre nos EUA. Repare, por exemplo, no respeito que 99% dos rappers brasileiros têm pela figura da mãe.



Conversei certa vez sobre isso com um antropólogo americano, da Universidade do Texas, chamado Derek Pardue. Ele estava no Brasil pesquisando diferenças e semelhanças entre o rap americano e o brasileiro. Disse-me, por exemplo, que citar um versículo bíblico num disco de rap, algo comum no Brasil, é uma atitude impensável entre a maioria dos rappers americanos - lá, para muitos negros o cristianismo soa como dominação cultural (por isso é que a religião muçulmana tem tanta força entre eles - se bem que vale a pena lembrar que o islamismo também só se expandiu pela África por meio da dominação árabe…). Vai vendo… Como o rap nasceu foi nos EUA, é de se esperar que seja sempre por lá que haja mais diversidade no gênero. Porém mesmo aqui já dá pra perceber, de Norte a Sul do país, a mistura com a embolada, o samba etc. Resta esperar pra ver no que isso vai dar. No fim das contas, quem pode definir o que é importado é o que não é?

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